Os anos que passei no Liceu de São João (do Estoril) foram fundamentais para a minha formação, não só académica como pessoal.
Ao mesmo tempo que saía da casca da E.S.S.A., contactava com uma diversidade de estilos (de vestir, falar e pensar) e opções de vida, criando muitos laços que ainda hoje se mantêm.
Entre as mais gratas recordações que guardo desses anos encontra-se o vibrante movimento musical existente naquela época e naquele espaço.
Uma série de indivíduos criavam e desfaziam bandas que dariam lugar a outros projectos, ensaiavam em garagens, salas e fortes, desenhavam, distribuíam e colavam panfletos e cartazes anunciando os concertos que tinham lugar em escolas, colectividades, festas particulares e bares.
Tudo impulsionado por uma atmosfera de crítica social sustentada numa dinâmica diy.
Por isso, fico satisfeito quando vejo malta que ensaiou e tocou comigo a vingar no mundo da música, tal como vibro com os sucessos de quem correu as mesmas ondas que eu.
Já havia quem tivesse fundado editoras, entrasse para os Primitive Reason ou para outras bandas que renovam o nosso panorama musical; agora, por mero acaso (um zapping conduziu-me ao programa Iniciativa, da 2), descobri que Sir Giant, o one man show de reggae/rock/pop, é um velho amigo dessas lides.
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Boa Sorte, Tiago! Obrigado, Liceu!
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Glossário:
S.J.H.C. - São João Hard Core: se existe o grunge de Seattle e o trip-hop de Bristol, ali havia esta variante sonora;
E.S.S.A. - Escola Salesiana de Santo António (do Estoril, in casu);
DIY - Do It Yourself: o santo e senha do punk, algo como "constrói a tua própria cena, inventa a tua música/arte, monta os teus espectáculos".
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